A muito tempo tá tudo descambado para o lado da normalidade!

No fim da década de 80 e no início da década de 90 o Rio ganhava um jornal "assustador", era o jornal O POVO que tinha como slogan a seguinte frase: O JORNAL QUE SE ESPREMER SAI SANGUE!

Este jornal trouxe a tona a verdadeira violência que o nosso Estado vivia, matérias de corpos decapitados, crianças envolvidas no tráfico de drogas, abusos por parte da PM, violências domésticas, etc...

Lembro-me muito bem como as pessoas ficavam horrorizadas com a realidade que as reportagens apresentavam e não demorou para que este jornal fosse o mais vendido do Estado e também o mais perseguido pelos outros jornais

Usei esta história para simplificar o entendimento de minha postagem que tem como título A MUITO TEMPO TÁ TUDO DESCAMBADO PARA O LADO DA NORMALIDADE!

1988- Rocinha Rio de Janeiro

Foto reproduzida do vídeo

Numa época onde a arma trinta e oito (38) era a mais usada nas comunidades, os traficantes Naldo, Buzunga, Bolado, Cassiano e Brasileirinho, (sendo este último uma criança) desafiaram a segurança do estado atirando para o alto com metralhadoras e armas jamais vistas no País 

Três anos antes desta ação na Rocinha o tráfico já havia dado sinais que algo era frágil na política de segurança do Estado, José Carlos dos Reis Encina popularmente conhecido como "Escadinha", é resgatado do presídio da Ilha Grande de helicóptero 

José Carlos dos Reis Encina - Escadinha

De lá para cá muitas coisas mudaram, mas para pior!

Nas comunidades operam as leis criadas pelos criminosos, onde os mesmos fazem o papel de Juízes, Advogados e Promotores e assim a dignidade das pessoas de bem se resumem a nada, onde por muitas vezes suas privacidades são furtadas por estes facínoras 

E é ai que entra a seguinte pergunta: De quem é a culpa?

A pouco mais de um mês houve a Audiência Pública da Comissão de Segurança Pública em nossa Cabo Frio e os resultados apresentados até este momento é nenhum!

Se houve algum resultado deve está sob segredo de justiça, pois não nos foi apresentado nada convincente, foram apresentados nesta audiência as dificuldades de nossa Região e o temor de nossa sociedade em relação a crescente violência

Um mês depois desta audiência o que se viu foi isto

Agência do banco itaú de Tamoios - 21/04/12

Por outro lado quando se cria uma marcha contra a violência ou quaisquer outro crime contra a sociedade o resultado é vergonhoso, poucos aderem, preferem cruzar os braços e ver de longe a incansável luta de alguns da sociedade

Quer ver uma coisa? Fico observando quantas pessoas se escondem por trás das redes sociais, sim, pois se a grande maioria que divulgou a marcha da corrupção tivessem participado certamente não haveria espaço para tantas pessoas na Praça Porto Rocha no centro de Cabo Frio

Acredito que tudo terá jeito quando a sociedade entender que ela é a causadora e também a cura para os males que nos assolam

Só que a maioria da sociedade acha tudo normal!

Para esta grande parcela de cidadãos é normal 

*UMA MENINA DE 12 ANOS ENGRAVIDAR,

*UM MENINO DE 9 ANOS EMPUNHAR UM FUZIL 

* UMA LOJA SER ASSALTADA VÁRIAS VEZES

*A CORRUPÇÃO NO PODER PÚBLICO

*O CAOS NA SAÚDE

*A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHERES E CRIANÇAS

*A PORNOGRAFIA NAS NOVELAS E SERIADOS

*E ASSIM POR DIANTE!

Para finalizar gostaria de deixar o seguinte lembrete:

A polícia só será polícia quando formos cidadãos 

A educação só será educação quando formos cidadãos

Os políticos só serão políticos quando formos cidadãos

A violência só se amenizará quando formos cidadãos

No geral, ou tomamos consciência de que somos os maiores culpados ou continuaremos a achar tudo normal!

Manoel Atanasio da Silva Filho

Nascido em Duque de Caxias em 07/07/1974

Cursou até a 5° Série do ensino fundamental

Viveu até os seus 17 anos em uma das mais perigosas favelas de Duque de Caxias 

Optou pelo caminho do bem e hoje mesmo sendo e vivendo em condições simples, tenta dividir com seus poucos leitores a realidade da maneira que enxergo, sem ser o dono da verdade ou o descobridor da pólvora, apenas realista!