segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

De outros carnavais... - ESPECIAL CARNAVAL


Quase tudo mudou no carnaval carioca, antigamente as comunidades eram 100% nos desfiles, você podia ver e ouvir o povão cantando o samba do começo ao fim dos desfiles, e olha que não tinha um tempo definido para cada escola passar na avenida e mesmo assim a comunidade estava lá

Hoje, as escolas de samba, pagam a peso de ouro para ter atrizes, cantoras, apresentadoras ou celebridades instantâneas a frente da bateria ou desfilando como destaque, enquanto isto, mulheres e homens nascidos na comunidade e de samba vindo de berço, são obrigados (se quiserem desfilar) a bancar suas próprias fantasias e alegorias 

Trocaram o samba genuíno por belos pares de seios e coxas artificiais, alteraram o verdadeiro sentido do carnaval que apesar de não ter sido criado pelo povo carioca tomou forma e hoje é a festa popular mais conhecida do planeta

Letras de samba enredos antigos sempre exaltaram está liga, povo/carnaval, exemplo disto é a letra da Imperatriz Leopoldinense em 1981

O TEU CABELO NÃO NEGA (Só dá lalá)


Neste palco iluminadoSó dá lalá (bis)És presente imortalSó dá laláNossa escola se encantaO povão se agigantaÉ dono do carnaval 
Lá lá lalá LamartineLá lá lalá LamartineEm teu cabelo não negaUm grande amor se apegaMusa divinal
Eu vou emboraVou no trem da alegria (bis)Ser feliz um diaTodo dia é dia
Linda morenaCom serpentinas enrolando foliõesDominós e colombinasEnvolvendo coraçõesQuem deraQue a vida fosse assimSonhar, sorrirCantar, sambarE nunca mais ter fim 
Ou o samba enredo da Unidos de Vila Isabel em 1980 - SONHO DE UM SONHO
SonheiQue estava sonhando um sonho sonhadoO sonho de um sonhoMagnetizadoAs mentes abertasSem bicos caladosJuventude alertaOs seres alados
Sonho meuEu sonhava que sonhava
SonheiQue eu era o rei que reinava como um ser comumEra um por milhares, milhares por umComo livres raios riscando os espaçosTransando o universoLimpando os mormaços
Ai de mimAi de mim que mal sonhava
Na limpidez do espelho só vi coisas limpasComo uma lua redonda brilhando nas grimpasUm sorriso sem fúria, entre o réu e o juizA clemência e ternura por amor da clausuraA prisão sem tortura, inocência felizAi meu DeusFalso sonho que eu sonhavaAi de mimEu sonhei que não sonhavaMas sonhei 
Este é um pouco da minha visão do carnaval antigo e atual.
Em breve estarei postando entrevistas de sambistas de nossa cidade num quandro que chamarei de 10 Minutos de Samba

Um comentário:

lúcia disse...

Poxa, verdade o carnaval de antigamente era lindo de se curtir...